Lesões Valvulares do Coração

LESÕES VALVULARES DO CORAÇÃO


LESÕES VALVULARES DO CORAÇÃO

Nomes populares:

defeitos de nascença do coração; reumatismo do coração

As principais lesões valvulares do coração são:

 

ESTENOSE:

Diz-se quando o orifício de uma válvula cardíaca apresenta um diâmetro menor do que o normal, dificultando a passagem do sangue.

 

– Estenose aórtica
– Estenose mitral
– Estenose tricúspide
– Estenose pulmonar
INSUFICIÊNCIA:

É quando as válvulas do coração não vedam o orifício valvular, permitindo o refluxo do sangue.

 

– Insuficiência aórtica
– Insuficiência mitral
– Insuficiência tricúspide
– Insuficiência pulmonar
DUPLA LESÃO:

É quando uma válvula está com insuficiência além de estenose, podendo predominar uma ou outra.

 

– Dupla lesão aórtica
– Dupla lesão mitral
– Dupla lesão tricúspide
– Dupla lesão pulmonar

Como se faz o diagnóstico?

Através do exame clínico do paciente feito por um cardiologista. O eletrocardiograma não é de grande valor na investigação clínica mas pode ser útil. Os exames radiológicos, os estudos ecográficos do coração e exames hemodinâmicos dão as melhores informações para o diagnóstico.

As lesões valvulares do coração são melhor avaliadas por exames como ecodopplercardiografia, estudos hemodinâmicos e angiográficos.

 

ESTENOSE AÓRTICA

É a lesão de válvula cardíaca mais freqüente atualmente. Entre as causas estão a febre reumática, calcificações em válvulas bicúspides congênitas, ou depósitos de cálcio em válvulas de idosos e previamente normais. Ocorre predominantemente (80%) em homens.

A área total normal da válvula aórtica é de 3 a 4 cm2. Quando a lesão apresenta uma área menor do que 0,8 a 1,0 cm2 altera-se severamente a função cardíaca e o prognóstico sem correção é mau, com 50% de mortalidade em 3 anos.

O tratamento pode ser cirúrgico, uma troca de válvula tem uma mortalidade de 2 a 5% e chega a ficar acima de 10% para pessoas com mais de 75 anos. Um tratamento alternativo é a valvuloplastia percutânea por balão, que pode aliviar os sintomas; contudo as recidivas aparecem em pouco tempo, principalmente nos idosos com calcificações. Só tem indicações para pessoas mais jovens e para os quais existirem outras razões para não serem submetidas a uma troca de válvula.



ESTENOSE MITRAL

De longe a causa mais freqüente é a febre reumática, embora em muitos casos não haja história dessa doença que deve ter passado despercebida. A área normal da válvula mitral é de 4 até 6 cm2 e as manifestações clinicas se tornam significativas quando a área se tornar menor do que 1,5 cm2.

Cerca de 80% dos pacientes com Estenose Mitral apresentam fibrilação auricular. A doença pode evoluir durante muitos anos sem provocar sintomas. O tratamento é predominantemente feito pelo uso de balão percutâneo ou comissurotomia a céu aberto ou então troca da válvula mitral, porque, na maioria dos casos, existe estenose mitral associada.

O tratamento invasivo está indicado quando surgem edema pulmonar persistente, dispnéia que limita as atividades físicas com edema pulmonar intermitente, hipertensão pulmonar com hemoptises, ou embolias sistêmicas repetitivas.



ESTENOSE TRICÚSPIDE

Essa lesão é predominantemente de origem reumática.

As manifestações clínicas são o sopro diastólico, às vezes confundido como sendo provocado por estenose mitral. O tratamento é cirúrgico com visão direta, ou com troca de válvula ou por valvuloplastia com balão.



ESTENOSE PULMONAR

É uma lesão predominantemente congênita, sendo ainda raramente atribuída à febre reumática. A dilatação por balão é atualmente o tratamento mais empregado.



INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

A insuficiência aórtica de origem reumática é cada vez mais rara desde o advento dos antibióticos. As causas não reumáticas persistem e entre elas estão as válvulas aórticas, bicúspides congênitas, a endocardite bacteriana e a hipertensão arterial. A sífilis, a doença de Reiter, a espondilite anquilosante e a doença de Marfan são também causas esporádicas de insuficiência aórtica.

As manifestações clínicas são discretas no início, o paciente passa longos anos sem nada sentir. É nessa época que a cirurgia de troca de válvulas está mais indicada.

Quando os sintomas de descompensação cardíaca ou de insuficiência de perfusão coronariana aparecem, a cirurgia já é de pior prognóstico, chegando a mortalidade a 5%.



INSUFICIÊNCIA MITRAL

Insuficiência mitral geralmente é causada por febre reumática, endocardite bacteriana, degeneração mixomatosa, disfunção da válvula provocada por doença ou ruptura da cordoalha tendinosa causadas por infarto do miocárdio e ainda por tumores do coração (mixoma).

Os pacientes podem permanecer sem sintomas durante anos. Um grande número de pacientes deve ser operado quando as manifestações clínicas limitam as suas atividades. As cirurgias variam desde operações de urgência, reparos nas válvulas ou cordoalha subvalvular até a troca total da válvula por uma prostética.



INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE

Pode ocorrer por lesão congênita, endocardite bacteriana e atualmente é freqüente em toxicômanos que usam drogas injetáveis.

É comum em pessoas com insuficiência cardíaca direita e ainda como complicação de infarto do miocárdio. A insuficiência tricúspide pode ainda ocorrer com complicação de doença carcinóide, lúpus eritematoso e degeneração mixomatosa da válvula, ou por dilatação severa do ventrículo direito. Algumas desses insuficiências tricúspides podem regredir com a correção da doença básica.



INSUFICIÊNCIA PULMONAR

A causa mais freqüente da Insuficiência Pulmonar é a dilatação do anel valvular causada pela hipertensão pulmonar ou pela dilatação da artéria pulmonar idiopática ou provocada por doenças do tecido conectivo como a doença de Marfan.

Outra causa é a endocardite infecciosa. Também se descreve casos iatrogênicos provocados durante as correções congênitas como a doença de Fallot. Além de EP que acompanham um grande número do doenças congênitas, não podemos esquecer a sífilis, a febre reumática e os traumas de tórax.

O tratamento geralmente é conservador, feito com cardiotônicos e correção das doenças subjacentes.



DUPLA LESÃO AÓRTICA

Diz-se que há dupla lesão aórtica quando as duas lesões acima descritas atingem a válvula aórtica.



DUPLA LESÃO MITRAL

A mitral é, das lesões duplas de válvula, a mais freqüentemente encontrada.



DUPLA LESÃO TRICÚSPIDE

O termo é aplicado quando se encontram numa mesma válvula estenose e insuficiência.



DUPLA LESÃO PULMONAR

A mesma coisa, estenose e insuficiência atingindo a válvula pulmonar.



Como evitar as lesões valvulares do coração?

Inicialmente vale dizer que só algumas são evitáveis.

A mãe, durante o período de gestação, só deve ingerir medicamentos orientada por médico. A futura mãe deve evitar o álcool, o cigarro e a exposição às radiações, principalmente o Rx.

Na infância e na vida adulta, a febre reumática pode atingir o coração. O uso de drogas injetáveis, sem precauções de esterilização, é causa de infecções do coração, principalmente das válvulas cardíacas.

Deve-se tratar a hipertensão arterial porque as válvulas dos hipertensos são mais atingidas por calcificações.

A avaliação do grau de lesão de uma válvula cardíaca, a sua localização, a avaliação da repercussão funcional e a indicação do tratamento deve sempre ser feita por médico cardiologista.