Cheiro de Corpo

CHEIRO DE CORPO



CHEIRO DE CORPO


Sinônimos:

Hiperhidrose – Bromidrose

Nomes populares:

CC – Bodum – Asa – Catinga.

Hiperhidrose significa suar excessivamente e Bromidrose é o termo usado para se referir aos cheiros desagradáveis do corpo humano. São termos médicos para as denominações populares acima citadas.

Suar excessivamente sem motivo normal aparente, denomina-se hiperhidrose. Se o suor apresentar um cheiro denomina-se bromidrose.

Para entendermos o assunto suor e seus cheiros, de início é necessário saber que o corpo humano tem dois tipos de glândulas sudoríparas, as Écrinas e as Apócrinas.

As écrinas atuam desde os primeiros dias de vida, estão espalhadas na pele de todo o corpo e sua função é a de atuar na regulação da temperatura corporal. Se a temperatura do corpo for elevada, aumenta a produção de suor e quando frio, diminui. A evaporação do suor retira calor do corpo. A composição principal do suor produzido por estas glândulas é água e alguns eletrólitos, como sódio e potássio. Este suor é drenado pelos poros da pele e usualmente não tem cheiro.

As glândulas apócrinas tem outras caraterísticas. Se desenvolvem mais em certas áreas do corpo, como as axilas, na parte cabeluda da cabeça e nas regiões pudendas. A secreção destas glândulas é drenada, não por poros da pele, mas pelos folículos dos pelos destas regiões. Este suor, além de água e eletrólitos como o das glândulas écrinas, contém ainda gorduras e proteínas e alguns outros elementos como hormônios e alcalóides derivados de certos alimentos que podem produzir odores próprios. Com a puberdade estas glândulas intensificam a sua atividade aumentando a secreção de um suor mais propenso a produzir odores.

Bromidrose, o mau cheiro do suor não depende da quantidade suada.

O suor das glândulas apócrinas. inicialmente também não tem cheiro intenso, mas se permanecer por mais tempo junto ao corpo pode sofrer alterações no odor decorrentes da ação de bactérias e fungos sobre os seus componentes.

A distribuição de glândulas apócrinas é variável segundo características etárias e raciais. Por exemplo antes da puberdade estas glândulas não costumam ser ativas, nas crianças a sua atividade é mínima. Índios e as raças amarelas as possuem em número bastante menor. Já os europeus e os negros as tem em número maior.

Alguns alimentos ou medicamentos contém outros componentes que, em algumas pessoas, são eliminadas pelo suor, por exemplo, alho, cebola, certos antibióticos, vitaminas e algumas toxinas exógenas ou mesmo as produzidas pelo corpo, podem dar um cheiro característico ao suor. Algumas doenças podem ser reconhecidas pelo odor do suor de seus portadores. Os hormônios, principalmente os sexuais, podem dar ao suor um determinado odor, que pode ser do agrado segundo o sexo e o gosto de cada um. São o chamado “cheiro de mulher ou de homem” decantados em prosas, versos e sambas.

Para que o mau cheiro de corpo seja percebido, as vezes mesmo à distância, dois fatores são essenciais. Primeiro a falta de higiene corporal e segundo maus cuidados com a limpeza das roupas em uso.

Afim de evitar o CC é essencial que as pessoas lavem o corpo todos os dias, principalmente os locais do corpo onde se localizam as glândulas apócrinas. A ação de bactérias e fungos sobre estas secreções produzirá um odor que em poucos dias ultrapassará as roupas. Além de os ultrapassarem, impregnam os tecidos, que se não forem lavados com regularidade e, se forem assim usados, exalarão os cheiros desagradáveis mesmo tendo a pessoa se banhado assiduamente. Nem sempre o mau cheiro de corpo é a manifestação de maus hábitos de higiene corporal, pode também ser provocado por não ter sido lavada a roupa após o seu uso. Não tomar banho diariamente e voltar a usar roupas sem lavá-las, são dois hábitos que se complementam na produção de maus cheiros do corpo.

Existem preconceitos raciais quando ao cheiro do corpo. No século 18 e 19, na época da escravidão, os negros da África, aos serem aprisionados pelos mercadores de escravos, se queixavam, além dos maus tratos e outras coisas, do extremo mau cheiro dos brancos, principalmente dos franceses, o que se devia aos péssimos hábitos higiênicos da época. Em regiões onde a água é escassa e os banhos são raros se encontra maior número de pessoas cheirando mal.

A produção de suor pode ser influenciada por algumas reações do corpo. É normal que em ambientes de muito calor, durante e logo após atividade física de maior intensidade a produção de suor aumente. Pode haver maior produção de suor em alterações emocionais e hormonais como acontece, por exemplo, na menopausa e em doenças da tireóide. Durante emoções podemos suar mais, por exemplo ao sentirmos medo ou dor podemos apresentar os chamados suores frios. Todo isso são reações normais do corpo humano. Em algumas doenças, como as febris, as infecciosas, ou quando há dor intensa ou queda da pressão arterial pode haver aumento na produção de suor.

Algumas doenças podem provocar um cheiro de corpo sugestivo da doença que está atingindo estas pessoas.

A administração de certos medicamentos ou substâncias pode aumentar a produção de suor, são os sudoríferos ou diaforéticos. O álcool, e as bebidas que o contém, costumam dilatar os vasos sob a pele provocando maior produção de suor.

A hiperhidrose, a produção exagerada de suor, é o excesso produção que acomete algumas pessoas, que ocorre principalmente no rosto, nas mãos ou axilas e que pode causar dificuldades aos seus portadores. Existem pessoas que de tanto suar nas mão se inibem em cumprimentar a outras pessoas, andam constantemente segurando um lenço procurando manter as mãos secas. Em momentos de tensão, como provas escolares, ou preenchimento de questionários em testes de admissão para empregos, de tanto suar não conseguem manter as folhas de papel secas. Para estes casos a medicina pode oferecer alguma ajuda que vai desde medicamentos até a cirurgia. Ambas tem limitações tanto na eficiência como por seus efeitos colaterais.

Os portadores de hiperhidrose devem procurar a um médico clinico ou dermatologistas que os oriente no tratamento.

Os medicamentos indicados para hiperhidrose nem sempre são totalmente eficazes além de poderem provocar efeitos colaterais tanto ou mais desagradáveis do que a manifestação que se que combater.

As soluções cirúrgicas, dependem de onde está localizado o ponto de maior produção de suor. Se for nas axilas, pode-se remover parte da pele da região axilar, ali onde estão os pelos. Se for no rosto ou nas mãos pode estar indicada a simpatectomia, a retirada dos gânglios nervosos simpáticos dentro da caixa torácica. Esta cirurgia pode ser feito por técnica endoscópica, com hospitalização breve e que não costuma ser dolorosa. Se o médico clinico ou o dermatologista indicarem esta solução se recomenda recorrer a um cirurgião de tórax.

O uso de desodorante é útil no tratamento dos distúrbios da sudorese. Eles geralmente contém substâncias que diminuem a proliferação de germes nas zonas críticas, outros contém substâncias diminuem a produção de suor, sendo que este nos seus rótulos são classificados com “Dry”. Existem ainda os com ou sem perfumes. A maioria é vendida com cheiros de essências as mais variadas, que nem sempre combinam com os perfumes usados em outras partes do corpo. Para quem se perfumar recomenda-se o uso de desodorantes sem cheiro, evitando a mistura de odores, o que nem sempre produz um resultado agradável.

O chulé e o pé de atleta.

O chulé e o pé de atleta são duas coisas diferentes mas que tem, além da localização, causas iguais.

O chulé é o odor intenso e desagradável dos pés, que ocorre principalmente no verão, quando é maior a produção de suor dos pés, agravado pelo uso de sapatos mal ventilados, principalmente em dias de calor.

Já o pé de atleta é a lesão cutânea que acontece entre os dedos dos pés quando a pele é infectada por bactérias, onde além do mau cheiro, encontramos lesões da pele.

O uso de sapatos com solados sintéticos ou de borracha podem aumentar a produção de suor por esquentarem mais os pés do que os solados de couro ou vegetais. Os solados, constantemente flexionados, ao correr ou caminhar, geram calor. Se aliado a isto a pessoa usar meias pouco transpirantes como são as de fios sintéticos, mais os fungos e as bactérias adquiridas, principalmente em banheiros públicos, cria-se um meio ótimo para o desenvolvimento do pé de atleta e ao chulé.

O chulé é o mau odor dos pés e pé de atleta são as lesões cutâneas que se desenvolvem entre os dedos dos pés, provocados pela umidade do suor ou da umidade do solo, mais a ação de fungos e bactérias. Quem andar descalço, por longas horas em águas paradas ou não, por manter os pés molhados, mesmo não usando sapatos, também pode ser acometido da maceração de pele dos pés, podendo ainda ser acometido de pé de atleta.

Para o tratamento do chulé e do pé de atleta recomenda-se, tanto no inverno como no verão, lavar os pés diariamente, usar sapatos bem ventilados, evitar o uso de meias de fios sintéticos e usar um talco ou pó secante afim de diminuir a umidade dos pés. Se existirem maus cheiros recomenda-se ainda usar um medicamento tópico contra os fungos e bactérias. Afim de evitar a maceração da pele entre os dedos dos pés pelo umidade, recomenda-se colocar pequenas porções de algodão entre estes dedos afim de evitar o contato de pele com pele.

Este pequenos rolos de algodão vão permitir uma melhor evaporação do suor mantendo a pele seca e mais resistente à agressão de agentes infeciosos e produtores de maus odores. Pode-se ainda recomendar secar bem os pés, principalmente entre os seus dedos usando após o banho o ar quente de um secador de cabelos. É recomendado que, ao se usarem banheiros públicos, como de clubes ou hotéis, que se coloquem sandálias de madeira ou de borracha nos pés, procurando evitar o contado com o assoalho destes banheiros onde se encontram fungos e bactérias infectantes.

Esta medida é mais recomendada pelos produtores destes calçados do que pela sua eficácia, que não está comprovada.

Aos portadores de pé de atleta se recomenda que procurem a um médico caso o problema não seja resolvido pelas medidas recomendadas acima. Existem diversas lesões dos pés parecidas com pé de atleta e que necessitam de tratamento diferenciados.