Assimetrias da Face

ASSIMETRIAS DA FACE

As assimetrias faciais, diferenças entre um lado e outro da face, são encontradas em grande número de indivíduos, em todas as populações. Na maioria das vezes estas assimetrias apresentam-se de forma suave e não chegam a perturbar a estética ou função, passando despercebida pelos observadores menos atentos, inclusive o próprio indivíduo.

Entretanto, as assimetrias, mesmo pequenas se tornam relevantes quando o próprio paciente relata a queixa. Isto pode afetar sua autoestima e deve ser considerado em acordo com a gravidade que o paciente atribui.

A primeira pergunta que ocorre é por que há tantas assimetrias na face e no resto do corpo não parecem ser tão frequentes?

Uma causa pode estar no observador, que analisa a face com mais minúcias do que o resto do corpo.

Porém, realmente, a face é muito suscetível à assimetrias, porque nela estão os sentidos da fala, mastigação, deglutição, respiração e visão, o que pode funcionar de maneira diferente nos dois lados, como, por exemplo, o desvio do septo, que provoca a respiração mais forte de um lado, vícios de mastigação de um só lado e outras diferenças nas funções, as quais quando vêm desde criança, modificam a própria estrutura esquelética da face.

De qualquer maneira, o importante é buscar a causa da anomalia. Dependendo dela e da gravidade da assimetria, será determinado o tratamento.

Casos de origem traumática, geralmente, são os mais simples no que se refere ao diagnóstico e o tratamento, dependendo da gravidade pode ser cirúrgico, necessário tomografia para avaliação completa. O tratamento cirúrgico tem excelentes possibilidades de solução satisfatória.

Os casos patológicos, em que a assimetria é provocada por abscessos, podem ser simples e passageiros quando fruto de infecção na raiz de um dente. Eliminando-se a infecção, a assimetria deve desaparecer.

Os casos patológicos devido a tumores são mais graves e devem ser diagnosticados e tratados com urgência.

São frequentes as assimetrias nos olhos, mais precisamente nas pálpebras, as quais se mostram com abertura ou formato diferente de um lado e outro da face. Pequenas diferenças podem ser amenizadas com maquilagem inteligente. Quando a diferença é grande e perturbadora, um hábil cirurgião plástico pode solucionar.

Algumas assimetrias na estrutura óssea da face podem ser tratadas, sem cirurgia, quando o diagnóstico é feito em crianças. Em adultos, o tratamento é cirúrgico, seja constitucional ou traumático.

Igualmente frequentes são os desvios funcionais da mandíbula, muitas vezes causados pela oclusão dos dentes. Estes, quando não geraram assimetrias ósseas na infância, podem ser tratados com êxito com a ortodontia.

O tratamento das assimetrias faciais e a previsão dos resultados (prognóstico) são diferentes, conforme a idade do paciente, a área afetada e a causa do problema (etiologia).

O paciente deve informar detalhes que serão importantes no auxílio do diagnóstico das assimetrias. O relato de traumas ocorridos, história familiar. Assim como fotos familiares e da infância poderão auxiliar.

Exames complementares são fundamentais no auxílio do diagnóstico. A radiografia panorâmica, a radiografia póstero-anterior (PA) de crânio e de mandíbula, geralmente, precisam ser solicitadas. A tomografia computadorizada em cortes coronais e axiais e a telerradiografia de perfil podem, também, ser necessárias.

A cirurgia estética e funcional da parte esquelética da face (cirurgia ortognática) tem amplas aplicações e os resultados podem ser excelentes, devolvendo a autoestima do paciente.