Pneumonia Asiática Ou Síndrome Respiratória Aguda Grave

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA

Sinônimos: SRAS; Síndrome Respiratória Aguda Grave; SARS. Também conhecida como pneumonia asiática.

O que é?

É uma doença respiratória viral grave que ocorreu pela primeira vez em Guangdong, na China. Foram relatados outros casos também em outros locais da Ásia, além da América do Norte e Europa. Os casos relatados fora da Ásia ocorreram em indivíduos que tinham viajado para lá ou entre pessoas que tiveram contato com estes (familiares ou profissionais de saúde que atenderam estes doentes). As áreas de maior risco incluem China, Hanoi, Taiwan, Vietnam, Cingapura e Canadá.

Geralmente, a doença inicia com febre acima de 38°C e com outros sintomas parecidos com uma gripe. Após poucos dias, pode evoluir para uma insuficiência respiratória (respiração muito prejudicada).

O que se sente?

A enfermidade inicia com febre que pode ou não estar associada à calafrios e outras alterações. A pessoa pode sentir mal-estar geral, dores nas articulações e nos músculos, dor de garganta e dor de cabeça – sintomas similares aos de uma gripe. Mais raramente poderá haver diarréia.

Depois de poucos dias, o indivíduo com SRAS poderá apresentar tosse seca e falta de ar, necessitando, em alguns casos, de internação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para ficar em ventilação mecânica – um aparelho auxilia na respiração do indivíduo.

Como se adquire?

Dois a sete dias (podendo chegar a dez), após contato com uma pessoa com a doença, inicia a febre e os sintomas subseqüentes. A principal maneira de contágio é através das gotículas contaminadas dispersas no ar do ambiente quando o doente espirra ou tosse. Ao fazer isto, ele elimina o vírus. Quando o indivíduo sadio, que está no mesmo ambiente do doente, passa a respirar aquele ar contaminado, ele leva o vírus para seus pulmões e adquire a doença.

Acredita-se que o vírus possa sobreviver no ambiente por até 3 horas. Contudo, há relatos deste novo coronavírus encontrado no meio ambiente, ainda viável, após 24 horas.

Também é possível que a contaminação se dê através de objetos que tenham sido contaminados pelo doente. Por exemplo, o doente que havia tocado seu nariz com as mãos passa a usar um pente sem antes ter lavado suas mãos contaminadas. Outra pessoa, ao usar aquele pente contaminado, e que depois leva a mão ao seu nariz, se contagia.

Por quanto tempo o doente com SRAS pode contaminar outras pessoas?

Acredita-se que o doente passa a transmitir a doença quando inicia-se a tosse e a febre. Não se sabe ainda por quanto tempo, a partir daí, a doença possa ser transmitida.

Qual a causa da doença?

A doença é causada por um novo coronavírus chamado de Sars-CoV. Pesquisadores seguem investigando este novo vírus.

Como o médico faz o diagnóstico?

Ele deverá levar em consideração os sinais e sintomas compatíveis com a doença, associados ao fato do indivíduo ter viajado aos locais onde ocorreram os casos de SRAS (a maioria na China). É importante que a pessoa diga isso ao seu médico.

Pessoas que tenham tido contato com casos suspeitos ou confirmados da doença deverão referir isto na consulta médica.

Não há testes (exames específicos) para SRAS, até o momento. Pesquisadores estão trabalhando nisso.

Exames laboratoriais podem auxiliar pouco no diagnóstico. A radiografia dos pulmões está alterada em 80% dos casos, mas poderá ser normal ao longo de toda a enfermidade ou só no início desta. A tomografia computadorizada do tórax poderá ser útil, principalmente, nos casos de radiografia normal.

Como se trata?

Atualmente, os pacientes com suspeita de SRAS têm sido tratados como qualquer outro caso de pneumonia grave, de causa desconhecida, adquirida na comunidade. A mortalidade é de cerca de 8% e em até 25% dos casos, será necessária a internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). São utilizados antibióticos para dar cobertura aos microorganismos que mais freqüentemente causam pneumonia grave, enquanto se segue a investigação. Os anti-virais e os corticóides podem ser usados, apesar de não haver consenso sobre sua ajuda nestes casos. O tratamento é mais de suporte, ou seja, são dadas melhores condições para que o organismo do indivíduo afetado se defenda da infecção.

Como se previne?

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Precauções para controle da infecção devem ser mantidas nos pacientes com SRAS, até 10 dias após a febre e as demais alterações desaparecerem;
profissionais da saúde têm orientado as pessoas e distribuído cartões de alerta de saúde em aeroportos e navios;
indivíduos que tenham tido contato com pessoas com suspeita da doença deverão procurar atendimento médico, caso iniciem os sintomas da SRAS;
pessoas com SRAS não deverão sair de casa. Não deverão ir à escola, ao trabalho ou outros lugares públicos, por 10 dias após sua cura;
por 10 dias, as pessoas que partilham a sua casa com o doente terão de lavar bem e freqüentemente as suas mãos ou friccioná-las com solução que contenha álcool;
os doentes deverão cobrir seu nariz e boca ao espirrar ou tossir;
máscaras cirúrgicas deverão ser usadas pelos pacientes com SRAS em recuperação e pelas pessoas que tenham contato com estes;
usar luvas descartáveis quando houver contato com fluidos (suor, urina e etc.) do doente (importante para os profissionais de saúde). Após, lavar as mãos;
não partilhar utensílios domésticos com o doente. Separar talheres, pratos, copos, toalhas e roupas de cama;
manter a limpeza do domicílio do doente;
as pessoas que convivem com suspeitos de SRAS não precisarão restringir as suas atividades fora de casa, a menos que desenvolvam os sintomas da doença;
informações atualizadas podem ser buscadas nos sites do CDC (Center Diseases Control) e WHO (World Health Organization).

Perguntas que você poderá fazer ao seu médico

Por que um vírus que costuma causar infecções respiratórias sem maior gravidade pode se modificar e causar uma doença grave como esta?

Que anti-virais têm sido utilizados no combate à doença?

A pessoa que está viajando com um quadro sugestivo da doença será impedida de seguir viagem?