SEXO E CONDIÇÕES ESPECIAIS:
Transtornos neurológicos e Diabetes mellitus
Transtornos neurológicos
Define-se um transtorno neurológico quando a pessoa sofre alguma lesão em seu Sistema Nervoso Central (SNC), com parcial ou total paralisia como conseqüência. A pessoa que sofre tal dano terá comprometimento de múltiplas funções em sua vida, entre elas a sexual. No entanto, a medicina já tem suas armas para melhoria da qualidade de vida desses indivíduos.
Qualquer crise acidental na vida de alguém (crise acidental sendo vista como algum acontecimento não esperado que traz danos à vida) implica uma readaptação em um novo estilo de vida.
A pessoa geralmente passa por uma fase de negação do que ocorreu com ela, depois por uma fase de rebeldia, com muita agressividade voltada a si mesma e aos mais próximos e depois entra em depressão, uma tristeza e desesperança profunda, com desmotivação para a vida.
É necessário muito apoio dos familiares e, acima de tudo, tolerância. A pessoa fica desmotivada também para o sexo, podendo recuperar o desejo somente depois de superar tal crise.
Alguns tipos de transtornos do SNC causados por acidentes automobilísticos, por exemplo, ocorrem com jovens ainda em plena atividade sexual e sem filhos. Muitas famílias se desestruturam também por esse motivo: medo da incapacidade de ter filhos.
O homem com lesão na espinha dorsal pode ficar impotente, mas boa parte deles recupera a ereção e até pode ser capaz de manter relações sexuais. É a ejaculação que se torna um problema maior. Pode-se usar a técnica de eletrodos na região do reto para estimular a saída de esperma, mas geralmente a quantidade não é suficiente para inseminar artificialmente a parceira. Existem outras técnicas disponíveis a um custo maior que possibilitam a efetiva extração de sêmen para fertilização.
Na mulher a situação é um pouco diferente. Ela pode engravidar e ter bebês mesmo com lesão da coluna. Ela perde sua sensibilidade clitoridiana e o orgasmo é muito difícil. Isso não quer dizer absolutamente que a mulher não tenha desejo algum. Ela pode usufruir de uma vida sexual satisfatória de mútuo prazer com apoio de seu parceiro.
Diabetes Mellitus (DM)
Essa doença pode afetar múltiplas funções orgânicas, inclusive a sexual. Em média, 25% das mulheres e 50% dos homens apresentam algum tipo de problema sexual decorrente do Diabetes Mellitus.
No homem
Pode apresentar impotência sexual parcial ou total, não conseguindo uma ereção ou não podendo mantê-la por muito tempo. Pode ser um problema emocional ou mesmo orgânico (quando a doença é crônica).
O DM a longo prazo pode comprometer o sistema de vasos sangüíneos e o sistema neurológico periférico. Nesses casos a prótese peniana tem sido recomendada. Mas antes dessa medida mais radical, pode-se tentar uma série de métodos, entre eles algumas medicações que provocam a ereção (alguns antidepressivos, algumas drogas injetáveis ou as do tipo do Sildenafil).
Na mulher
As mulheres com DM sofrem de vulvovaginites de repetição (infecções na vagina que causam dor, ardência e muitas vezes coceira). O sexo torna-se desconfortável e ela passa a evitá-lo, diminuindo muito seu desejo sexual.
As pesquisas sexuais com mulheres diabéticas são um tanto complicadas, devido ao fato de sua excitação não ser aparente como a do homem(que tem ereção). No entanto, sabe-se que o estímulo clitoridiano deve ser mais intenso para provocar a excitação.
Recomendações
Não deixe de colocar suas dúvidas ao seu médico em relação à sua sexualidade, pois, caso ele não esteja instrumentalizado para orientá-lo, pode indicar um terapeuta sexual.
A vida sexual no ser humano vai muito além de um simples contato pênis-vagina. Muitas técnicas podem ser utilizadas para manter e aumentar seu prazer sexual.
Caso não haja comprometimento orgânico, o terapeuta sexual pode iniciar um tipo de tratamento chamado cognitivo-comportamental para melhoria da qualidade da vida sexual do paciente e de sua parceira ou da paciente e seu parceiro. Não deixe de lado sua vida sexual. Procure orientação especializada!